quarta-feira, 3 de abril de 2013

Tabela de pontuação 2013 e afins!

Vocês gostam de assunto tenso, então vamos a ele! Nesse link vocês podem baixar todos os documentos referentes às informações e pontuação do processo de imigração 2013.

Promessa é dívida! Vamos conversando, ok?

Bonne chance à tous!

Atualização: Pessoal de TI, fiquei sabendo que hoje na palestra perguntaram para a Perla por que TI não é prioritário se tem tanta necessidade quanto enfermagem, a Perla disse que isso está sendo revisto e é uma das mudanças que pode acontecer depois de julho. Fiquem ligados!

terça-feira, 2 de abril de 2013

Sessão Francófona - 4

Vamos esfriar um pouco a cabeça depois das divulgações oficiais sobre imigração? 

Nesse final de semana, assisti a um filme quebeca bem estilo thriller. Me surpreendi com o filme. Cheguei a ter um pesadelo, inclusive. Não que o filme seja perturbador, mas acho que eu não estava esperando muito dele e por isso me impressionei mais. O que eu mais gostei foi a pegada cômica do filme. É sutil, inteligente e bem estruturada. O que acontece é que como expectador, você se depara com algumas cenas absurdas diante de uma estória de suspense e fica tudo tão bizarro que chega a ser engraçado em algumas horas.

Em  5150, rue des Ormes, o personagem principal é o Yannick (Marc-André Grondin, mais uma vez, não me xinguem). O cara cai da bicicleta e se machuca. Resolve bater na casa do Dr. Beaulieu pedindo ajuda e acaba sendo trancafiado em um dos quartos da casa. Beaulieu é um psicopata que acredita poder livrar o mundo de todo mal e um jogador de xadrez fanático que nunca perdeu uma partida. O nome do filme faz referência a "Elm Street" do filme "A hora do Pesadelo", mas a homenagem pára por aí. Na realidade, o filme começa prometendo bastante, passa por um período meia-boca, mas no fim dá uma melhorada, principalmente pela atuação do MA Grondin e suas caras que deixam o filme tragicômico muitas vezes. 

Sinto que por essa pegada, o filme foi incompreendido pela maioria. Típico de filme cult, aliás. Eu mesma fui assisti-lo porque li uma resenha dizendo que o filme era engraçado e de fato é. Eu só não sabia que era beeem violento também. Mesmo assim, acho que o final poderia ter sido um pouco melhor. um filme que tem um molde tão diferente do que a gente está acostumado, acabou terminando, assim, meio clichê de filme americano, na minha opinião. De qualquer forma, é um filme que eu classifico como legal de se assistir. Gostei! Principalmente porque Beaulieu propõe um desafio a Yannick: se ele ganhar uma partida de xadrez, será solto. Mas além de ter sua vida literalmente em xeque, Yannick tem mais uma preocupação: Michele, a filha de Beaulieu, e que aparenta ser ainda mais perigosa que o pai.

A trilha sonora do filme também é bacana, tendo como música principal a "le tout-puissant " do Malajube (banda quebeca). A letra é meio sinistra, assim como o filme. Eu curto bastante essa banda. Segue abaixo a música do filme:

sábado, 23 de março de 2013

Novidades no Processo de Imigração (palestras)


Salut, mes amis! 

Poisé, fui às palestras de imigração. Sim, palestraS. Porque, como alguns já sabem, dessa vez resolveram fazer algo inédito: uma palestra só para enfermeiros. Antes de mais nada, se atentem à data desse post e sempre procurem pelas informações mais atuais nos sites oficiais.

Nos inscrevemos nas duas pra poder comparar o que seria dito em ambas, mas Père recebeu um aviso falando que ele não poderia ir na de enfermagem, que os inscritos seriam identificados na porta e que caso ele fosse, seria barrado (afão!).

Mas ok, lá fomos nós na primeira palestra. Quem está proferindo as palestras é a Perla Ivonne Haro Ruiz, assessora do Ministério de Imigração do governo do Québec no México. Em outras palavras: ela é a garota-propaganda contratada pelo Québec pra vender o peixe da imigração. 

Na palestra tradicional, ela começou simpática, mas foi mudando. Leu slides com o mesmíssimo conteúdo das palestras do ano passado e depois dizia: "não quero ouvir essa pergunta no final da palestra". Até aí, o pessoal achou graça e tava tudo tranquilo.  Foi uma palestra superficial, bem menos detalhada do que costumava ser. A impressão que dava era que ela estava com pressa pra ir embora. Então foi toda aquela ladainha de que o Canadá é um país aberto para imigrantes, que você tem um lugar no Québec, que o Québec tem o menor índice de criminalidade, que eles precisam aumentar a população, blá, blá, blá...que a temperatura pode chegar até -30°C (quando a gente sabe que pode chegar até -45°C), e aí uma pérola (a pérola da Perla): "o processo de imigração pode durar até 12 meses cada etapa. Por isso, avaliem se vocês estão dispostos a esperar por esse tempo". Tive que dar risada. Como assim ATÉ? "Até" pra mim significa o máximo de tempo. Um casal que deu entrada no Provincial em dez/2011 levantou a mão no final e comentou que não viu o CSQ até agora e que não foi chamado para as entrevistas que tiveram agora em março. Resposta da Perla: "liga no escritório", casal: "já ligamos várias vezes e só nos pedem pra aguardar", Perla: "é que uma semana de entrevistas foi pouco. Aguardem." Porque, né, não basta ser brasileiro, tem que ser sacaneado até pelo governo do Québec. Mas, enfim, marketing é marketing. 

O QUE MUDOU DE FATO?
- O esquema de pontuação continua o mesmo. Profissionais que estão na lista de 6 pontos ou de 12 ou 16 pontos podem aplicar para o processo. Em abril haverá uma mudança nessas listas, mas não será pra tirar nenhuma profissão, apenas acrescentar outras.
- Eles continuam avaliando os mesmos critérios (diploma, experiência, idade, língua, estadia e família no QC, cônjuge, oferta de emprego, filhos, autonomia financeira) e continua sendo uma avaliação baseada na pontuação.
- Filhos: continua a mesmíssima coisa. O pessoal do Canadá para Brasileiros havia especulado que muita coisa iria mudar no processo de Québec e que filhos já não teria tanto peso na avaliação. Ledo engano, continua dando uma bela pontuação.
- A simulação do site ta errada. Se quiser saber se há chances de aprovação no processo provincial, deve se basear na cartela que ela passará para os inscritos e que eu vou disponibilizar aqui assim que eu recebê-la por e-mail.
- Segundo a Perla, quem atingir a pontuação mínima (solteiro 49 pontos, casal 63 pontos), recebe o CSQ em casa agora (aham) e quem não conseguir, faz a entrevista (e quem tiver algum documento perdido no escritório de imigração também, né)
- A novela dos documentos foi esclarecida: Perla colocou a culpa nos aplicantes dizendo que eles não entenderam o que era a "cópia" descrita no formulário-Checklist e explicou que tem que ser uma cópia emitida pela instituição que enviou a primeira via. Em outras palavras: você tem que pedir segunda via de tudo que conseguir. No caso do diploma, eles aceitam uma cópia simples com carimbo da faculdade. E sabe por que não avisaram isso antes? Nem eu. Ela também sugeriu que mandasse a carteira de trabalho como comprovação de experiência e eu me pergunto: e se perderem minha carteira? 
- Ela sugeriu que colocasse junto ao dossier nosso CV em francês. 

No final da palestra, quando abriu espaço para perguntas, deu uma bronca no pessoal que estava conversando entre si. Me senti no jardim de infância. Disse que quem estava conversando que se retirasse da sala e que ela não estava conseguindo ouvir a pessoa que estava do lado dela falando no microfone por causa dos cochichos. E que ela não queria ouvir perguntas repetidas. Claro que cochicho é meio chato, mas não tava uma zona generalizada pra ela ter tido essa reação. Achei um pouco "over". Mas como todos nós temos nossos dias nebulosos, resolvi esperar a palestra para enfermeiros pra ter uma idéia melhor sobre ela.

A PALESTRA PARA ENFERMEIROS
Père não foi comigo na palestra acatando o aviso do Ministério de Imigração, mas tinha gente lá que não era enfermeiro (brazilian way mode on). Aliás, tinha um cara lá que eu não sei o que foi fazer lá, já mora no Québec e é casado com uma québécoise! Mas, enfim...Realmente eles pareceram bastante desesperados por enfermeiros. A Aliança Francesa vai abrir um curso de francês voltado pra enfermagem ensinando os termos técnicos em francês, provavelmente porque perceberam que os enfermeiros são uma fatia gorda desse bolo imigracional nos próximos anos. Dessa vez a Perla estava mais simpática e disse que o interesse no enfermeiro brasileiro é muito grande por se inserir mais rapidamente no mercado de trabalho devido à formação muito similar à do Québec e facilidade pra aprender o francês (só omitiu que os franceses também têm essa facilidade, inclusive sem precisar validar o diploma e ainda por cima já falam francês, obviamente). Mas pelo jeito a carência é enorme. Ela passou uma tabela que dizia que em 2008 o déficit de enfermeiros era de 2108, agora em 2013 é de 5843 e a previsão é que em 2015 seja de 7822, mesmo se conseguirem um número bom de imigrantes por causa daquela história clássica: a população está envelhecendo e os enfermeiros estão se aposentando.

No drama da duração do processo de imigração, novamente a Perla comentou que cada etapa duraria até 12 meses, mas sugeriu que enfermagem costuma durar menos. Ela jogou no ar "6 meses" mas não quis prometer (e a gente sabe bem porque).

Outra coisa interessante e que me surpreendeu é que, segundo a Perla, a enfermagem québécoise incentiva a especialização, principalmente em cirurgia, cardiologia, pediatria, maternidade e queimaduras. Eu pensei que, mesmo o enfermeiro sendo mais autônomo lá, ele seria mais generalista. Fiquei meio perdida em como seria essa especialização, se é como aqui ou se seria como um mestrado ou algo do tipo e principalmente se o mercado exige especialização como aqui. Ela não sabia essas informações, são específicas demais. Ela também passou que a média salarial do enfermeiro lá é de CAN$41.000,00 a CAN$73.000,00. Será que uma enfermeira recém-chegada e recém-passada na prova da OIIQ ganharia isso mesmo? Carga horária: 36 horas semanais. Geralmente, um profissional qualquer no Québec tem direito a 2 semanas de férias e 8 dias de feriado pagos ao ano. Perla disse que os enfermeiros têm direito a 4 semanas de férias. A questão da avaliação da OIIQ, segundo Perla, continua a mesma: melhor já pedir avaliação quando entrar no processo federal (o processo com a OIIQ esta levando + de 1 ano, então é sempre bom chegar lá já com o OK da OIIQ em mãos) e se tiver experiência suficiente e recente, faz estágio de 30 a 60 dias na Província. Se não tiver experiência suficiente ou recente, faz curso de adaptação de 5 meses pago pelo Ministério da Imigração (sei que esse detalhe parece meio diferente, de fato eles estão facilitando as coisas pros enfermeiros entrarem logo no mercado de trabalho). Pretendo fazer um post só sobre a OIIQ.
errata (agradecimentos a La vie est belle): 
Não há *especializaçao* como nos moldes brasileiros.
O que acontece é que os profissionais trabalham por anos em determinadas áreas e dai ficam experts em seus campos de atuação.

A OIIQ autoriza o DESS em infecçao hospitalar (diploma de estudo superior especializado) e os mestrados, com exceçao do mestrado IPS, sao para formar enfermeiros cadre, conseil, etc.

a fonte oficial para informaçoes sobre enfermagem é sempre a OIIQ, é triste ver que os profissionais do proprio QC sao meio *perdidos* no assunto

Na realidade o processo de equivalência com a OIIQ pode ser de 6 meses a 2 anos, dependendo da recomendação da ordem.

A Novidade: Recrutement Santé Québec (RSQ). O Ministério da Saúde e dos Serviços Sociais do Québec criou esse órgão para orientar sobre o mercado de trabalho na área da saúde e apoiar os profissionais imigrantes na procura de emprego. Sugeriu que entrássemos em contato com esse órgão na etapa federal.

No fim, ela simulou a contagem de pontuação com algumas pessoas e deu pra eu fazer uma idéia de qual seria a nossa pontuação. Fiquei animada com isso, pois pra dar entrada no processo não precisaremos de um nível muito alto em francês. Na realidade, com zero de francês a gente já ultrapassaria a pontuação necessária, mas o mínimo de francês é necessário, claro. Não tenho problema com a língua, adoro estudar francês (paixão que eu não descobriria se não fosse Québec), mas eu preciso correr contra o tempo devido meu diploma ter mais de 5 anos e minha experiência estar chegando aos 5 anos, como eu comentei anteriormente. Ah, e ela deu a bronca no pessoal que cochichava novamente (mas dessa vez mereceram). A bichinha é brava!

quinta-feira, 21 de março de 2013

segunda-feira, 18 de março de 2013

Vous voulez manger de la Poutine?

Não é receita não, mes amis. É um restaurante mesmo, ou melhor, uma poutinerie aqui no Brasil! Pena que ainda é somente para os paulistanos. Minha prof quebeca não só aprovou como ainda disse que é mais gostosa do que a poutine do Québec (cumassim, prof!). Poisé, existem algumas variedades e as batatas não são aquelas já prontas pra fritar. Um diferencial que torna o prato mais atraente e natural. A prof comeu uma porção sozinha, mas jura que dá pra dois. Deve ter sido a saudade. Mas assim, é o preço de se comer num Mc Donald's, só que é um pedacinho de Canadá na sua boca! Então pra quem pode, acho uma ótima dar um pulo lá. 

Aliás, hoje mesmo descobri aqui perto de casa uma escola canadense. Estava passando em frente quando dei de cara com um ursinho fofo segurando a bandeira canadense. Moro no bairro há anos e nunca tinha enxergado a bendita escola! Incrível como nosso cérebro só presta atenção nos que nos interessa. Fiquei pensando que deve ter mais coisas aqui em São Paulo referentes ao Canadá e nem nos demos conta delas ainda.

MA Grondin em L'affaire Dumont
Vai ter a Fête de la Fracophonie no Sesc. Só não vou porque já assisti os filmes que vão passar (em breve novas resenhas), principalmente "Rebelle" que inclusive ganhou a Jutra (Oscar québécois) de melhor filme, fora outras categorias. Mas calma, falarei dele num outro post. Acompanhei a Jutra em tempo real torcendo pro Marc-André Grondin ganhar como melhor ator no filme "L'affaire Dumont" (belo filme também), mas não foi dessa vez. Sou fã dele desde que fez C.R.A.Z.Y. que inclusive ganhou o prêmio "coup de coeur" da Jutra que se não me engano seria tipo o melhor filme quebeca dos últimos 15 anos. 

Não é à toa que eu sou fanzaça desse filme e seus atores. Não é à toa também que Michel Coté (que fez o pai de MA Grondin em C.R.A.Z.Y.) foi o grande homenageado da noite. A homenagem em si foi meio bizarre, com uma música esquisita, mas o discurso dele foi excelente, inclusive citando a esposa e a agradecendo. Muito bonito, mesmo. Fazer o que, sou apaixonada por esse povo e sua terra gelada. A prof mesmo, dá vontade de levar pra casa de tão fofa. Aliás, hoje o dia foi ótimo, fez frio pela primeira vez em MESES (to de meia enrolada no cobertor, nem acredito!). Melhor que isso só se continuasse o friozinho e esses quebecas todos viessem na minha casa comer Poutine comigo. 

quarta-feira, 13 de março de 2013

Vergonha de ser brasileira

Olá, amigos! Como vocês estão?

Há dois dias fui à aula de francês, como de costume, e minha prof quebeca estava muito nervosa. Geralmente ela é um amor, mas entrou na sala visivelmente alterada e demorou alguns minutos pra se recompor. Ela nos contou que passou o dia todo no ministério da fazenda depois de ter sido submetida ao famoso "ping-pong", onde funcionários públicos ficam te jogando de departamento em departamento e ninguém resolve seu problema. O problema dela é que escreveram o nome dela errado em algum documento importante e, adivinhem: ELA  vai ter que pagar pra refazerem a burrada. Enquanto isso, não acham a minha pasta do precatório lá no fórum. Aquilo é uma ZONA! Meu processo tem 3 pastas com o nome das pessoas (formamos um grupo para processar o governo). A pasta 3 foi achada e meu nome não está lá. Agora falta achar as pastas 1 e 2. A tal pessoa que está indo (quase todos os dias) no fórum pra mim ainda contou que fica somente uma pessoa no fórum pra atender todos os advogados. Entramos em contato com um outro advogado especialista em precatórios que nos contou que como tudo aqui no Brasil é difícil e quase impossível pelas vias corretas, há grupos que por um valor bem salgado (por volta de R$4000,00) têm acesso privilegiado a documentos e informações. É o jeitinho brasileiro que, infelizmente, às vezes é necessário nesse país. Ainda não "acionamos" esse grupo porque não temos a grana e preferimos insistir um pouco mais nas vias legais antes de apelar pra medidas que não condizem com os nossos ideais. Vamos ver quais serão os próximos capítulos dessa novela.

Semana passada, a tia Dilma (já de olho nas eleições de 2014) anunciou a desoneração de impostos federais nos produtos da cesta básica. O interessante é que até agora a maioria desses produtos não só não abaixou o preço como AUMENTOU nos supermercados. Dentre os produtos que ficaram mais caros, segundo a Folha, estão batata, manteiga, sabonete e carnes em geral. A batata não vejo tanto problema, apesar de ser um direito. Mas carne, ovos, manteiga encarecerem é um atentado à saúde dos brasileiros que passam a consumir cada vez mais pão e macarrão. A jogada, pelo que percebo, é jogar a culpa para os supermercados (que estão transformando a desoneração em margem de lucro) porque o que faz o preço baixar de verdade é a concorrência. Enquanto houver nego achando normal gastar  mil reais na compra do mês (porque aqui com a inflação a gente tem que fazer compra de mês), os supermercados vão enfiar a faca. Sem falar no cartel que existe, deixando o consumidor praticamente sem saída. Aqui nesse país, ninguém se interessa em baixar o preço pra lucrar com o aumento nas vendas. A regra do mercado brasileiro é tentar obter o lucro total com poucos produtos vendidos. Por quê? Não faço a menor idéia (e eu vou morrer escrevendo "idéia" com acento).

Só no dia de hoje pela manhã, eu já li duas notícias lamentáveis na área da saúde. A primeira foi que mais uma criança que morreu por ter sido administrada uma substância errada por via endovenosa. Minha avó diria que essa notícia já está virando "carne de vaca", mas hoje em dia, carne é artigo raro no prato do povo brasileiro, então eu diria que essa notícia já virou salgadinho. É, sabe tipo cheetos? Então. Todo dia nas ruas, no metrô, por volta das 18h, onde as pessoas já deveriam estar em casa jantando...poisé. De 10 pessoas, pelo menos 4 estão comendo essa porcaria. Daí eu fui ver o preço disso no supermercado: R$3,00 em média. Mas quanto custa uma bandejinha com 4 bifes? R$4,00. Ta bom, uma coisa mais prática, atum: quase R$5,00 a latinha. Na cabeça conformada do brasileiro, o negócio é encher o bucho de porcaria pra enganar a fome mesmo e mais tarde ganhar um diabetes totalmente grátis. O problema vai ser se submeter ao SUS. Nesse mesmo hospital onde a criança morreu, (alô!) onde tem criança internada, não tem UTI. Legal, né! Não prestaram primeiros socorros na criança a tempo e ainda foi preciso transferi-la pra outro hospital que tivesse VAGA na UTI (porque nem todos tem, sacomé...). Se no Québec falta profissionais, aqui falta tudo, inclusive vergonha na cara. A outra notícia é referente a uma idosa que, também internada, foi presenteada com proteína-extra em sua "apetitosa" refeição hospitalar. Poisé, a neta dessa senhora achou uma larva no meio da gororoba. Agora imagine você, sem poder escolher pra que hospital quer ir, dependendo totalmente do governo que deveria te dar o mínimo de decência depois de ter contribuído com a sociedade durante uma vida inteira, ser submetida a uma nojeira dessas. Mas o problema não parou por aí: contrataram uma acompanhante ou auxiliar de enfermagem (não sei ao certo) pra dar a atenção que a senhora merece e não tem no SUS e quando essa profissional levou a idosa para o banho, a neta foi arrumar o leito e adivinha: o pé da cama já podre de tanta ferrugem, se desintegrou. Isso é tão comum, mas tão comum aqui nesse país (enfermeiros e outros prof da saúde, confirmem aqui nos comentários) que eu mesma ja cansei de ver inúmeros cogumelos crescendo no batente das portas e porta de box repleta de fungos. Tive também a infelicidade de ver como meu avô foi submetido a inúmeras situações humilhantes dias antes de falecer num hospital público sem o mínimo de decência. Eu mesma tive que fazer uma sopa e levar ao hospital pra que ele comesse pelo menos um pouco e infelizmente foi sua última refeição. Em janeiro desse ano, o diretor de um hospital no Maranhão, pediu doações de alimentos pela internet. Sem essa doação, os pacientes passariam fome, tamanho é o desvio de verbas. Porque os impostos continuam gigantescos! "A nutrição faz parte de qualquer terapia de tratamento médico. A nutrição é como se fosse um medicamento. Você deixar faltar comida é como faltar um remédio ou muito pior que isso: deixar faltar dignidade ao ser humano", disse muito bem dito, o tal diretor. 

Enquanto isso, tia Dilma (de olho na re-eleição), reduz a conta de luz. Porque, né, antes poder assistir a novela comendo lixo do que um jantar de requinte à luz de velas. Por falar em novela, outra medida muito "interessante" foi a criação do bolsa-novela para que todos tenham aparelhos digitais em suas casas. É muita chiqueza! Afinal de contas, o conteúdo televisivo é o que "instrui" a população brasileira, uma vez que temos escolas sucateadas e professores mal-pagos. Mas isso não é novidade, certo? O objetivo desse post é somente desabafar mesmo. É o desabafo de uma cidadã que se sente uma E.T. nesse país. Porque eu confesso: tenho VERGONHA de ser brasileira. 


sábado, 9 de março de 2013

Alfa Rococo

Existem alguns músicos québécois que nós aprendemos a gostar. Um deles é a dupla Alfa Rococo, composta por Justine Laberge e David Bussières. É um pop suave, bacana pra ouvir com os amigos ou enquanto está fazendo alguma coisa e precisa de uma trilha sonora agradável. Pra quem está aprendendo francês (de preferência québécois), melhor ainda.

Selecionei 2 clipes pra apresentar a dupla pra vocês:

Chasser le Malheur

Rêve Américain