quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Le Paradis Perdu

Père não foi chamado para nenhuma entrevista de la Mission. Apesar de parecer chato num primeiro momento, no fundo foi melhor. Mère ficou muito apreensiva com a idéia de Père fazer uma entrevista com um nível tão iniciante de francês. Claro que o máximo que iria acontecer seria levar um "não" na cara, mas achamos que a intenção real era apenas passar pela experiência e não a de realmente conseguir alguma coisa agora. Além disso, conhecemos algumas pessoas que não foram chamadas na primeira vez, foram chamadas mas não passaram na entrevista na segunda vez e que puderam escolher a empresa pra onde queriam ir na terceira vez. Portanto, estamos dentro da normalidade. Valeu como experiência pra montar CV e passar para o francês. Da próxima vez metade do trabalho já estará feita. Vai ser preciso só atualizar e fazer pequenos ajustes.
Voltando à vida normal, pudemos colocar a cabeça no lugar e analisar nossas possibilidades com mais calma e frieza. Vamos continuar tentando arranjar um emprego quebécois daqui, mas vamos respirar fundo e aplicar pra residente permanente também. Serão 2 anos juntando dinheiro sem poder fazer nada. E quando dizemos "nada" é rien de rien mesmo. Sem lazer, só o essencial pra sobreviver. Père tem muito medo de perder o emprego novamente e por isso tem feito muitas horas-extras. O problema é que com isso tem perdido muitas aulas de francês, mas Mère estuda com ele e ensina o que ele perdeu. É aquela velha estória: quando se quer muito uma coisa, tem que fazer por onde. Tem que dar os seus pulos e fazer acontecer. O que não dá é pra ficar sentado se lamentando pela vida ruim que leva. Temos um sonho e vamos correr atrás dele até conseguir. Sempre pensando que lá provavelmente Père e Mère poderão sair do trabalho no horário combinado e vão poder ter uma vida de verdade e não somente sobreviver como acontece no momento.
Não existe lugar perfeito, é verdade. Qualquer país, estado, cidade, bairro vai ter seus prós e contras. O canadá não foge a essa regra. Estamos investigando os dois lados da moeda porque tomar uma decisão tão séria como essa requer pé no chão. Mas é verdade também que o Canadá é apaixonante e que já temos o Québec nos nossos corações. Sabemos direitinho que quando chegarmos no hemisfério norte, a luta estará só começando, mas nunca foi nossa intenção encostar a bunda no sofá. O que queremos, como já dissemos, é lutar sabendo que colheremos os louros depois.
Acreditamos que cada pessoa tem seu paraíso na Terra. O paraíso começa dentro da gente com a vida que gostaríamos de levar, com as experiências que gostaríamos de vivenciar,  com as sensações que queremos experimentar, com os desafios que queremos superar pra sentir o gosto da superação depois. O Québec representa tudo isso pra nós. É o nosso paraíso perdido e estamos caminhando em direção a ele com o sentimento de quem está voltando pra casa mesmo. Nós nos identificamos com essa cultura, com essa natureza, com essa população. Mesmo com a questão separatista, mesmo com a depressão invernal e outros pontos que postaremos mais pra frente. Queremos tudo isso nas nossas vidas. Agora é tarde pra voltar atrás e reclamar das dificuldades que encontraremos. Nous voulons Québec! 
Viendras-tu avec nous, Étranger, 
Ou resteras-tu au sol, 
Ou resteras-tu au sol, 
Habitué, 

Il ne reste que peu de temps avant vendredi, 
Que tu partes ou tu restes, 
Tout est fini, 
Nous ne renviendrons plus... du paradis perdu, 

Au-delà de la mer il existe un pays qu'on dit impossible, 
Comme le paradis de la Bible, 
Au-delà de la mer il existe un pays presqu'aussi beau que la folie, 

Y vivent des peuples parfaitement sains, parfaitement accueillant, 
On s'y baigne toute la journée dans des chutes et des torrents, 
Et des cascades et des rivières, 
Et l'eau est aussi pure et aussi légère que l'air, 

Nul besoin de planter, 
le blé pousse à foison, attendant les moissons, 
Et à perte de vue court un animal qu'on nomme le bison, 
Les montagnes sont couvertes de moutons qu'on les dirait enneigées jusqu'au sol, 

Au-delà de la mer il existe un pays aussi beau que le paradis, 
Et les filles sont belles, 

Viendras-tu avec nous, 
Viendras-tu avec nous, 
Étranger? 

Ou resteras-tu au sol, 
Ou resteras-tu au sol, 
Habitué, 

Il ne reste que peu de temps avant vendredi, 
Que tu partes ou tu restes tout est fini, 
Nous ne renviendrons plus... du paradis perdu. 

Il y aura tout d'abord les épreuves et le vent, 
Il y aura les tempêtes, les mers d'huiles, 
Il y aura les vagues meurtrières, 
Il y aura les récifs les écueils, 
Il y aura les requins, il y aura le scorbut, les épidémies, 
Il y aura, il y aura les mutineries, 
Et plusieurs d'entre nous y lausseront leur vie, 
Y trouveront leur destin, 

Viendra-tu avec nous? 

Et puis un jour nous l'apercevrons la terre promise, 
Il faudra faire attention en accostant, 
Plusieurs se jetteront à l'est et se noieront, 
Il y aura les marais, les sables mouvants, 
Il faudra être patient, trouver l'estuaire, 
Au-delà de la mer il existe un pays aussi beau que le paradis, 
où vivent des peuples aussi doux que la folie, 

Alors en arrivant, il faudra peut-être tuer les soldats, 
Et sûrement le commandant et cet imbécile de missionnaire 
Enfin il faudra tué tout ceux qui croit en moi, 
Il faudra ensuite couler le navire et ne plus jamais revenir, 
Du paradis perdu.

Jean Leloup (cantor/compositor quebécois bastante conhecido nas terras geladas e que tem presença garantida na trilha sonora dessa nossa jornada).

Nenhum comentário:

Postar um comentário